quarta-feira, 31 de outubro de 2012





VIGÍLIA
29 OUT 12

Mais de uma centena de empresários, vindos de vários pontos do País aguentaram de pé firme e à chuva frente ao Ministério da Economia, no Largo de Camões, em Lisboa.

A CPPME agradece as várias manifestações de apoio e solidariedade que nos chegaram por parte de instituições associativas como a Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto – CPCCRD, da AHRESP, da Associação de Inquilinos de Lisbonense, do Movimento Empresarial Restauração – MER, da Associação Conquistas da Revolução, entre outras.

Pelo Largo de Camões passou também Bruno Dias, deputado da Assembleia da República, eleito pelo PCP.

As reivindicações da CPPME saídas do Encontro/Debate, realizado no passado dia 16, no Seixal, já foram entregues ao senhor Primeiro-Ministro. Trata-se de propostas construtivas e alternativas para as áreas da fiscalidade, do crédito e do desenvolvimento económico e social, que não podem ser ignoradas por quem nos governa.

Se o Governo não nos quiser ouvir a luta terá de continuar.

Porque os micro, pequenos e médios empresários não estão dispostos a ver as suas empresas e a economia nacional a irem à ruína e o país a empobrecer em cada dia que passa.
 
http://sicnoticias.sapo.pt/economia/2012/10/29/representantes-de-pequenas-e-medias-empresas-em-protesto-contra-carga-fiscal

 
 

CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

Texto apresentado aos Jornalistas


A proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2013

Constitui mais um assalto fiscal às empresas e insiste na contracção da economia

A proposta de Orçamento do Estado para 2013 – OE, entregue pelo Governo à Assembleia da República, aumenta fortemente a carga fiscal sobre as empresas, ao mesmo tempo que não apresenta medidas credíveis com vista à dinamização da economia nacional, das suas micro, pequenas e médias empresas – MPME e à consequente e decisiva criação de emprego. Esta, é de facto, uma proposta de OE sem qualquer preocupação com a economia real do País.

É um Orçamento que continua a apostar na contracção do mercado interno, penalizando brutalmente as micro e pequenas empresas, os salários e reformas e, em geral, a actividade produtiva virada para o mercado nacional.

A CPPME, tem consciência de que globalmente esta proposta de OE poderá ser mesmo fatal para milhares de MPME de âmbito nacional, uma vez que o desenvolvimento negativo e restritivo da procura interna, não só criará, como podemos afirmar que, no presente, a proposta de OE já está a produzir níveis recessivos muito para além do razoável.

Diremos claramente que a ser aprovado este OE, o risco de vida das MPME aumenta exponencialmente! 

O OE constitui um assalto fiscal às empresas como nunca aconteceu, num contexto de manutenção de um quadro recessivo da economia.

As MPME necessitam urgentemente de medidas destinadas a melhorar as suas quotas de mercado, a sua recapitalização e nunca de aumentos de tributação que agravem a sua já difícil situação.

 

O OE prevê um aumento de IRC de 3,9%, mais 173 milhões de euros, valor que, não tendo em conta o aumento das falências das MPME, nota a dimensão da indigência da tão propagandeada tributação acrescida dos grupos económicos. Prevê ainda o aumento de receitas em todos os restantes impostos, incluindo o IMI em 340 milhões de euros.

Além disso, cai no erro de prever um aumento dos impostos indirectos em mais de 3,1%, ou seja de mais 581 milhões de euros, dos quais se contabilizam 292 milhões de euros de IVA, num contexto em que a procura interna e o consumo estão a cair a pique …

Ao mesmo tempo que o Governo teima em não descer o IVA da Restauração e Bebidas para 13%, cuja manutenção a 23% se poderá considerar quase como um crime “lesa pátria”, em virtude da negação da aposta num sector em que Portugal teria tantas vantagens económicas. Como consequência das diversas politicas, a continuar a obstinação sobre o sector, a CPPME afirma que os encerramentos de dezenas de milhares de empresas e os níveis de desemprego acelerarão para patamares jamais vistos.

No OE, propõe-se receber autorização legislativa para a introdução do IVA de CAIXA, com entrega após boa cobrança, há muito reivindicado pela CPPME e há muito prometido, mas o facto de estabelecer um limite de acesso ao regime a empresas com um máximo de 500 mil euros de VAN, fará com que a esmagadora maioria das empresas que necessitam desta solução fiquem de fora. Assim e porque a classificação empresarial diz que micro e pequenas empresas são as que vão até € 10 milhões, a CPPME não entende como é possível deixar de fora a maioria das Firmas do sector produtivo, nomeadamente no secundário. Como tal, a CPPME afirma claramente de que a medida não passa de um embuste, dado não acertar no “Público-alvo”. Ainda sobre o IVA de CAIXA, a CPPME estará particularmente atenta à evolução legislativa da medida, de forma a contribuir para a sua real aplicação no universo empresarial nacional.

Em lugar de mais um choque fiscal o que Portugal precisa é de uma revolução fiscal, que crie condições favoráveis ao investimento produtivo, à dinamização do mercado interno e à criação de postos de trabalho.

 

A CPPME considera necessário e urgente, uma séria e profunda reforma tributária, designadamente do IVA, do IRS, do IRC, do PEC, do PPC, etc.

No passado dia 16, a CPPME em parceria com a Confederação Portuguesa das Colectividades realizou um importante Debate sobre “Propostas dos agentes económicos e sociais e o orçamento de estado para 2013”, donde saíram significativas propostas para a economia produtiva e social. Trata-se 25 propostas estruturantes, sendo que 9 são para a área fiscal, 3 para a área financeira e 13 para a área do desenvolvimento económico e social.

 

Estas propostas já seguiram para os Senhores Presidente da República e Primeiro-Ministro, bem como para todos os Grupos Parlamentares. Estas 25 propostas são o nosso caderno reivindicativo imediato, delas não abdicaremos! Delas não abdicaremos, por elas lutaremos, uma vez que são essenciais para restaurar a justiça e a coesão social e a resposta para as pessoas e as instituições locais de proximidade, por sua vez fundamentais para o desenvolvimento da economia local.

É por isso, que vamos realizar na próxima segunda-feira, dia 29, precisamente na véspera da discussão do OE, no Plenário da Assembleia da República, uma VIGÍLIA, frente ao Ministério da Economia, no Largo de Camões, em Lisboa, com início pelas 22H00.

A VIGÍLIA tem como consignas:

* Tanta carga fiscal não!

* Contra a destruição do País!

* Pela produção e mercado nacionais!

* Pelo crescimento económico!

* Pela viabilidade das MPME!

* Por Portugal!

Por último, a CPPME aproveita para agradecer publicamente o apoio e solidariedade manifestados pela Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto e, Apela a todos os micro, pequenos e médios empresários, suas famílias, trabalhadores e fornecedores a comparecerem e participarem na VIGÍLIA.

PELAS NOSSAS VIDAS! TODOS À VIGÍLIA!

SEIXAL, 26 de Outubro de 2012

 
 
CONFERÊNCIA DE IMPRENSA
CAFÉ NICOLA – LISBOA, 26-Outubro
Fotos e Texto apresentado aos Jornalistas




sexta-feira, 26 de outubro de 2012

TEMPO DE ANTENA

TELEVISÃO – RTP – Canal 1

Hoje – 26 de Outubro e 2012
Antes do telejornal das 20,00 horas
IVA DE CAIXA nos Termos anunciados é um embuste governativo para nos enfiar o barrete


A CPPME tem presente que a maioria das empresas com menos de 500 mil Euros de VAN (Volume Anual de Negócios) são do Comércio e Restauração, logo empresas onde se pratica o pronto pagamento, não tendo o IVA de Caixa grande significado.

É no sector secundário, particularmente nas Industrias e Construção Civil que os problemas de atrazo nos pagamentos e incobráveis são maiores, bem como em algumas actividades do sector primário e até serviços.

É sabido que são as empresas com menos de 500 mil euros de VAN que tem maiores debilidades de organização da escrita, seja em Portugal, ou em outro qualquer país, por isso, alguns optam pelo regime simplificado ou pelo sistema forfetário de tributação para as micro empresas com baixo VAN.

As empresas com mais de 500 mil euros de VAN, são as que mais problemas têm e mais sofrem com a entrega do IVA sem o ter recebido, sendo estas também as que contabilisticamente melhor organizadas estão, não tendo problemas com a quebra do sigilo bancário, ao deixar fora da aplicação do IVA de Caixa estas empresas a medida é um embuste.

A Classificação empresarial consagra que, micro empresa é a que tem menos de 2 milhões de euros de VAN, pequena empresa a que tem menos de 10 milhões.

É entendimento da CPPME que o IVA de caixa, só tem significado, se fôr abrangente para a totalidade destes dois estratos do universo empresarial.

A CPPME reclama a aplicação do IVA de Caixa até ao limite de VAN de 10 milhões de euros, sendo que esta proposta, resolve também o entupimento dos tribunais motivado pela obrigação de obtenção da certidão judicial para reembolso do IVA nos créditos incobráveis.

A CPPME ao manfestar esta opinião e proposta, está convicta da sua razão, apela por isso ao governo e grupos parlamentares que não ignorem o pretendido.


Seixal, 23 de Outubro de 2012

O Executivo da Direção da CPPME

terça-feira, 23 de outubro de 2012

 
CAROS ASSOCIADOS
Vamos mobilizar-nos e mobilizar os nossos colegas.
 
PELAS NOSSAS VIDAS!
 

TODOS À VIGÍLIA!




Declaração / Manifesto 
 

(Da exclusiva responsabilidade das Confederações promotoras) 

ORÇAMENTO DO ESTADO 2013   



"Propostas dos agentes económicos e sociais”


O Encontro/Debate decorreu da necessidade sentida pelos Agentes Locais, representantes de domínios

relevantes - a nível Nacional - das economias produtiva e social, de um diagnóstico exaustivo da realidade e

da inventariação de medidas alternativas e/ou complementares à proposta de OE2013.

O Encontro/Debate contou com a participação dos Presidentes da Câmara Municipal do Seixal (Prof. Alfredo

Monteiro), da CPPME (João Pedro Soares, Dr.) e da CPCCRD (Augusto Flor, Dr.) – e do Professor Doutor

João Ferreira do Amaral, economista e membro do CES que, na qualidade de convidado especial, dissertou

sobre “As Alternativas a Uma Política sem Futuro”.


A pluralidade das intervenções, bem como a sua qualidade, corroboram a vitalidade dos micro, pequenos e


médios empresários (MPME's) bem como do movimento associativo popular (MAP), e ilustram a sua

preocupação com as políticas agressivas que, de modo continuado, poem em causa a sua sustentabilidade.

Do Encontro/Debate resultou um conjunto de propostas, assumidas pelos agentes económicos e sociais

presentes, que consideraram como prioridade e para imediata apresentação aos órgãos de poder, para

serem consideradas no OE de 2013, nas seguintes areas:

Fiscalidade;
Fim da existência de instrumentos de tributação como o PEC – Pagamento Especial por

Conta, que faz pagar o mesmo a realidades e rendibilidades de exercício muito diferenciadas e o

PPC – Pagamento por Conta, que obriga à antecipação de verbas com base nos resultados do exercício
 
anterior, sem qualquer garantia de que no ano em curso os mesmos se verifiquem sobretudo em
 
contexto de recessão económica;
 

Criação de coeficiente técnico/científicos para as MPME’s, há anos anunciados mas nunca

concretizados;

• Redução imediata do IVA da restauração e bebidas, incluindo as actividades de bares e

restauração do MAP;
 
•  Redução do IVA para 6% , no MAP, nas actividades estatutariamente exclusivas a sócios, tais
como práticas desportivas, culturais e/ou recreativas e em espectáculos próprios; 
 

 • Criação do IVA de caixa, ou seja, com entrega, após boa cobrança;
•  Adaptação do Estatuto de Benefícios Fiscais (Mecenato) facilitando e estimulando a cooperação
entre estes dois sectores de forma transparente e eficaz; 

Majoração, em sede de IRC e IRS, das iniciativas conjuntas entre MPME,s MAP, motivando a

responsabilidade social das empresas; 

Isenção do IMI nos primeiros 4 anos de actividade; de IMT, na aquisição de imobiliário para
 
actividades próprias das MPME’s e do MAP; Manter a isenção total de IMI para as

colectividades com estatuto de Utilidade Pública, e com teto máximo para as restantes, não

superior ao valor mínimo de lei (IMI Social);  
Regulação da avaliação Patrimonial de modo a que os Valores Patrimoniais Tributários do
imobiliário não sejam superiores aos valores venais da realidade praticada no mercado.  



Financeira;

Criação de linhas de crédito para as MPME’s e para o MAP para fomento das actividades 

produtivas, económicas e sociais, e a juros controlados, onde a instituição pública Caixa Geral de
Depósitos (CGD) tenha o papel fundamental.
Criação de uma linha de crédito bonificado, no valor de 100 milhões de euros, a serem utilizados

pelo MAP em investimento (60%) e em saneamento financeiro (40%). Esta linha de crédito deverá

estar disponível na CGD e/ou Montepio Geral, nas mesmas condições em que foi disponibilizado
para as IPSS’s.
Estabelecimento de acordos com as Finanças e a Segurança Social, que permitam assumir

compromissos, viáveis, de pagamento das dívidas ao Estado, com prazos mais dilatados e juros
mais baixos.

 
Desenvolvimento Económico e Social;

•  Potenciar as actividades económicas do País, com o aproveitamento dos recursos nacionais,

promovendo o investimento produtivo (público e privado) centrado no Mercado Interno Nacional e
sob a égide de um Plano de Desenvolvimento Nacional;

•  Definir medidas urgentes para reactivar o sector da Construção e Imobiliário, viabilizando o

pagamento imediato das dívidas da administração central, regional e local, contribuindo para a
liquidez necessária ao funcionamento das empresas;

•  Lançar um programa de apoio à reabilitação da rede viária, do tecido urbano degradado

(hospitais, escolas, esquadras, prisões) e do patrimonio histórico existente; 

•  Criar o Ministério da Construção e Obras Públicas, dotado dos recursos humanos e técnicos

necessários;

•  Criar o Estatuto de Utilidade Pública Municipal de forma a reconhecer e apoiar o MAP, ao nível

local, com medidas concretas deliberadas pelos órgãos autárquicos;  

•  Rever com urgencia a nova Lei do Arrendamento Urbano (Lei Nº 31/2012, 14 de Agosto),

nomeadamente na vertente «arrendamento não habitacional», que a ser aplicada aumentará 
brutalmente o valor das rendas e promoverá despejos em massa e consequente encerramento dos 
estabelecimentos e coletividades;

•  Desenvolver iniciativas que visem a cooperação/reciprocidade ao nível local entre os MPME’s 

e MAP de forma a valorizar e dinamizar o espaço público, particularmente nas sedes de concelho e 

zonas históricas;

•  Reduzir os custos energéticos (electricidade, gás, combustíveis), taxas de resíduos sólidos

urbanos, bem como todo o tipo de licenças obrigatórias;

•  Criar, no âmbito do POPH/QREN, programas de apoio à Formação específica para estes

sectores;
 
•  Impedir o licenciamento de novas grandes superfícies e exigir o seu encerramento aos

domingos;
 
•  Reduzir os custos de acesso à Justiça. Simplificar e dar maior celeridade nos processos das

MPME’s.   
 
•  Definir medidas de prestação de Apoio Social para os micro e pequenos empresários, em

condições de necessidade justificada; 

•  Criar um Órgão de Auscultação obrigatória, por parte do Estado, para todos os assuntos

que respeitem à actividade destes parceiros sociais, nomeadamento no cumprimento da Lei 34/2003

(Estatuto do MAP) e na atribuição do Estatuto de Parceiro Social à Confederação Portuguesa de

Micro Pequenas e Médias Empresas (CPPME).


Seixal, 16 de Outubro de 2012

 


 
 




 
 

 
 
 
 
 


 
 
 
 





 
 
 
 




 
 



 
 










 


 
 
 




 
 






 
 




 
 
 



 
 





 
 

 


 
 

 



 
 



 
 






 

 


 
 

 


 




 

 




 
 




 

 




Núcleo do Algarve da Confederação Portuguesa dos Micro, Pequenos e Médios Empresários

                  Encontro/debate— propostas dos agentes económicos e sociais

                                                 Orçamento de Estado 2013

Caros colegas associados e não associados da CPPME, membros do Movimento Associativo, outras entidades presentes neste encontro, O Núcleo do Algarve da CPPME saúda-os.

Trazemos aqui um breve resumo do que se passa no Algarve no plano do desenvolvimento económico e as suas repercussões no plano social, neste quadro de profunda crise, cujas medidas para a fazer retroceder, ou pura e simplesmente não surgem, ou aparecem, desgarradas e desadequadas, não produzindo qualquer efeito positivo, tal como prova o acentuado declínio da atividade da esmagadora maioria das empresas Algarvias, situação que continua, por aquilo que espelha o conteúdo do já anunciado OGE para 2013

Tendo pelo meio um vasto conjunto de fatores locais, nacionais e internacionais, que são a causa motora deste descalabre da economia e das profundas chagas sociais que provoca. Entre eles, á muito que no Algarve se aposta em modelos de desenvolvimento errados nomeadamente no turismo, na construção civil a reboque deste e nas grandes superfícies comerciais, elegendo-os como motores do desenvolvimento económico. Esta debilidade hoje reconhecida por muitos dos que nela apostaram, por incrível que pareça, continua fazer parte dos vários planos de ordenamento do território e do desenvolvimento estratégico da Região.

São deixadas quase ao acaso, tal como o foram nos últimos 25 anos, muitas outras atividades económicas desde a agricultura à indústria, passando pelas pescas e pelo marisquei-o. A aposta continua a ser o turismo, reconhecendo-se-lhe o seu valor e importância no conjunto das outras atividades económicas é certo, mas hoje face à crise e ao seu desenquadramento das outras atividades económicas, deixou de ser a galinha dos ovos de ouro, continuando a ser o grande sorvedouro dos fundos comunitárias. A par desta opção a proliferação das grandes superfícies comerciais de toda a espécie e tipo, arrasando completamente o comercio tradicional e atingindo negativamente outros sectores ligados à manutenção automóvel, restauração, ferramentas elétricas eletrodomésticos e mobiliário.

 A construção civil, segunda opção mais votada, atravessa hoje a maior crise da sua história no Algarve, pode dizer-se que a esmagadora maioria das empresas, quer de imoveis quer de obras públicas estão paradas e em profunda agonia, por um lado crescendo desordenadamente a reboque do desordenado e desenquadrado sector do turismo, criaram pesadas estruturas que hoje não conseguem alimentar, por outro lado, a venda de imoveis caio para níveis residuais, face ao corte do credito e do baixo poder de compra das famílias. A ausência de investimento público na região é outra das causas do profundo descalabre das empresas, nomeadamente as da construção civil Algarvias.

Para ilustrar esta constatação do modelo que continua a ser implementado de desenvolvimento económico, praticamente no mesmo traçado vicioso, mesmo quando se admitem debilidades e que, os resultados obtidos são contrários aos interesses da região e o quadro onde se pretende implantar o estafado modelo, é completamente adverso. Para ilustrar esta afirmação, recorremos aos dados oficiais que constam nos vários documentos que determinam o modelo de desenvolvimento económico do Algarve nomeadamente: o Plano Regional de Inovação, PRIALGARVE, 2007-2013 e o Plano de atividades da Direção Regional de Economia para 2012

Relativamente ao Prialgarve, este plano dito técnico/científico e estratégico, cuja vigência se iniciou em 2007 a terminar em 2013. Sobre a sua aplicação decorreram já cerca de 5 anos, em nosso entender contem importantes direções de caracter técnico/científico, que sem dúvida têm que constituir linhas de ação numa economia moderna de base solida, mas completamente desajustadas, diríamos mesmo, de impossível aplicação na economia Algarvia, tendo em linha de conta o estado em que se encontra, pouca sustentabilidade e vulnerabilidade das empresas e uma situação social que origina muito fraca procura e baixo índice de volume de negócios 

Se o diagnóstico acerta parcialmente em algumas análises, nomeadamente quando determina da fragilidade dos sectores do turismo e da construção civil, enquanto eleitos como motor da economia algarvia, demonstra ao mesmo tempo, algum desconhecimento da realidade, dai se verificar no terreno que, das medidas apontadas, todas elas no âmbito da inovação, modernização competevidade empreendedorismo etc. não surgi-o qualquer efeito que, contribui-se para alterar o rumo de desastre da economia Algarvia, verificando-se que, 5 anos depois que o panorama piorou.

Do plano de atividades da DRE. Direção regional de economia o mesmo se pode dizer, começando pela constatação expressa no documento de que existem no Algarve 57.881 empresas, números de 2010, não as classifica, isto é, não diz quantas são micro, pequenas, médias ou grandes, sabe-se que, a esmagadora maioria são micros e pequenas é certo, mas um organismo com esta responsabilidade não pode tratar as empresas ao molho, para além disso, é mais que certo que o numero de empresas não esta atualizado, basta ver o panorama das falências, dos encerramentos e da redução da atividade de muitas, numero que se reflete no numero de desempregados em crescente na região que já ultrapassa os 50.000, flagelo em franca progressão.

Mas do plano pouco ou nada sobressai que, se possa traduzir em medidas concretas, necessárias ao relançamento da economia Algarvia e às empresas na qualidade de agentes desse tão necessário e urgente relançamento. Para além de mais números centrados no PIB, e no VB, que atestam que a economia da região regride a grande velocidade, do anúncio dos cortes orçamentais, ao mesmo tempo que dizem que vão prestar um maior apoio às empresas e, o anúncio de total obediência ao OGE e ao programa do governo. Dos vários comentários que este plano suscita, à pelo menos um que ressalta naturalmente, por este caminho não vamos lá!

No plano do QREN, quadro de referência estratégica, o Algarve contava a 3 de Setembro de 2011, com 1211 projetos aprovados num total de 4.75,4 milhões de euros de investimento elegível aprovado, o PO Algarve 21, que materializa os principais projetos da região, contabilizava nessa data, 275 aprovados, com valor elegível de 222,8 milhões de euros o que corresponde a uma taxa de compromisso de 52,9% e a uma taxa de execução de 33,3 %, projetos que, na sua esmagadora maioria cujas obras estão paradas, ou simplesmente por projetos ficaram. Se acrescentarmos a estes números o recente anuncio de mais uma negociata entre as Estradas de Portugal e o consórcio Rotas do Algarve Litoral, que detém a subconcessão da requalificação da N.125, que resulta de facto num corte no investimento de 155 milhões de euros.

Se juntar-mos a este quadro, que retrata a grosso modo uma parte dos graves problemas que afetam a região, referindo como grave e perturbador a introdução de portagens na A.22 passando pela escassez do investimento publico, percebe-se melhor o porque da acelerada desarticulação e afundamento do tecido empresarial, de que tal como no resto do pais são esmagadoramente maioritárias, as micro e pequenas empresas, e dentro desse espaço as empresas de construção civil e obras publicas praticamente paradas, resultando tudo isto num quadro social de graves contornos, com mais empresas a encerrarem, o desemprego a subir o rendimento das famílias a baixar escandalosamente, com todas as consequência negativas que dai advém.

Neste contexto justifica-se plenamente todas as iniciativas que a CPPME tem levado a cabo com destaque para esta que hoje aqui estamos a realizar, que alertam que, demonstram que o caminho que se esta a seguir é errado, que existem alternativas e que, é tempo de as implementar. As propostas de medidas que a CPPME tem vindo a fazer e que foram entregues ao Sr. Primeiro-ministro, que se inserem como não podia deixar de ser, na defesa dos interesses da classe que representa, nas inserem-se também, pelo peso que essa classe tem na economia do pais e no supremo interesse nacional.

Caros colegas empresários, se as propostas e revindicações que a nossa confederação tem levado a cabo, são justas e pertinentes, diria mesmo que, ou são aplicadas ou a economia dos pais, nomeadamente a algarvia, afunda-se completamente. Justos necessários e pertinentes, são também os apelos au aumento da luta dos micros pequenos empresários, no quadro político, económico e social atual em que, em todo o país o descontentamento veio à rua, engrossando a corrente da luta, a nossa participação para além de ser muito importante, pode até mesmo ser decisiva.

No seguimento deste raciocínio, mesmo considerando as naturais diferenças de classe entre empregadores e empregados, e até mesmo de interesses, que no caso presente e no momento que se vive não são assim tão díspares, na situação presente seria incompreensível que, nos deixasse-mos levar por possíveis preconceitos de classe e hostilizasse-mos quem participa ou ate mesmo não participarmos na próxima forma superior de luta, a greve geral marcada pela CGTP, para além do conjunto de justas revindicações de carater social e de defesa de direitos que estão implícitas nesta forma de luta, trata-se pois da defesa do interesse Nacional e da Soberania do nosso pais.                      

                    

           Seixal 16 de Outubro de 2012